O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino (PSB),
disse, nesta quarta-feira (22), em entrevista coletiva que protegeu a vida do
ex-juiz e senador Sérgio Moro (União Brasil), adversário político do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A fala do ministro foi um referência à operação da Polícia Federal que prendeu, nove suspeitos de participar de uma organização criminosa que planejava realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, incluindo homicídios e extorsão por meio de sequestro.
O ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça, senador Sergio Moro (União Brasil-PR), era um dos alvos do grupo criminoso. Ele foi o responsável pela transferência para penitenciárias federais de líderes da facção criminosa quando era ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro.
Flávio Dinou negou qualquer relação entre a fala do presidente Lula ontem, terça-feira (21), em entrevista ao portal de esquerda Brasil 247, em que revelou o desejo de se vingar de Moro quando estava na prisão, e a operação da Polícia Federal, nesta quarta-feira (22), de desarticulação de uma organização criminosa que pretendia realizar ataques contra autoridades, incluindo Moro.
“Evidentemente é impossível vincular um fato ao outro, porque nós estamos falando de horas, em relação ao inquérito policial que foi instaurado há semanas, e fatos que se reportam há meses”, disse o ministro.
“Como disse, há pessoas irresponsáveis que para tentar escapar das suas próprias responsabilidades tentam infelizmente levar o debate político brasileiro para o nível da lama. E nós não aceitamos isso. Porque o que o presidente Lula fez, faz e fará, o que eu faço e farei é crítica técnica e política a esse senhor que foi magistrado e que hoje é senador, como ele faz a nós também”, adicionou.
“Mas o que nós fizemos foi, cumprindo a lei, proteger a vida do nosso adversário”, declarou em referência a Sergio Moro.
“É importante ter isso claro. Se nós não tivéssemos agido, aí sim poderia haver alguma ilação. Mas a Polícia Federal agiu de modo exemplar, e faço questão de assinalar que foi uma decisão da Polícia Federal atuar de modo exemplar”, finalizou.
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