sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Lula diz que pode responsabilizar evangélicos por mortes na pandemia; Frente Evangélica reage

Em reunião virtual com representantes do grupo da Saúde da equipe de transição, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou, na última quinta-feira (24), que o seu governo precisa convencer a população sobre a eficácia das vacinas e que irá cobrar de lideranças evangélicas apoio às campanhas de vacinação; disse ainda que pode responsabilizar as igrejas pelas mortes durante a pandemia de Covid-19, caso não ajudem na campanha de vacinação contra o coronavírus. 

"Eu pretendo procurar várias igrejas evangélicas e discutir com o chefe delas: 'Olha, qual é o comportamento de vocês nessa questão das vacinas? Ou vamos responsabilizar vocês pela morte das pessoas", afirmou o petista, segundo informações da Folha de São Paulo.

A equipe de transição defende retomada da campanha de vacinação contra a Covid no país, com o imunizante bivalente da Pfizer.

A Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional (FPE) emitiu, nesta sexta-feira (25), nota de repúdio à fala de Lula. Por meio do comunicado, o líder do bloco, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), fez chamamento aos evangélicos para refletirem sobre "princípios que nortearão a República, caso Lula assuma e permaneça presidente".

Um trecho da nota, que complementa a fala, diz: "Lula disse que vai 'pegar muita gente', demonstrando claro intuito de perseguir preconceituosamente a comunidade Evangélica, visto que não se referiu a nenhuma outra organização religiosa, sindical e ou a qualquer outro segmento da sociedade que defende a ampla liberdade de escolha de seus integrantes". 

O texto prossegue:

"Discursos como esse reforçam a necessidade de continuarmos conclamando nossa sociedade a refletir sobre os fundamentos e os princípios que nortearão a República, caso Lula assuma e permaneça presidente. Eis que tal fala conduz o país ao temeroso caminho da discriminação, preconceito e intolerância religiosa, especificamente contra os Evangélicos", diz a nota da bancada evangélica.

"Diante do fatídico caso, a FPE vem a público repudiar toda e qualquer ação ou ato de discriminação e ou preconceito, principalmente de intolerância religiosa, bem como reafirmar o seu compromisso de zelar pela equidade e a defesa do direito pela liberdade de escolha não só da comunidade Evangélica, mas de todo o povo brasileiro. Cabe ainda destacar que a Frente Parlamentar Evangélica não compactua com quaisquer tipos de violação de direitos individuais ou coletivos, eis que age e atua de forma estritamente legal e atinente a lei maior do país, nossa Constituição", reforça a nota que conclui de forma cirúrgica:

"Em suma, reafirmamos a idoneidade da comunidade evangélica e exigimos respeito."

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