domingo, 23 de outubro de 2022

Roberto Jefferson resiste a mandado de prisão, troca tiros com a PF e fere dois agentes

Estadão

O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) trocou tiros com agentes da Polícia Federal na manhã deste domingo, 23, ferindo dois agentes. O caso aconteceu no município de Levy Gasparian, no Rio de Janeiro, onde Jefferson cumpre prisão domiciliar desde o começo do ano. De acordo com a PF, os agentes cumpriam um mandado de prisão contra o ex-deputado, quando Jefferson reagiu à abordagem. Ambos estariam fora de perigo.

“Policiais federais foram à casa do alvo para cumprir ordem de prisão determinada, na data de ontem (sábado, 22), pelo STF, e durante a diligência, na manhã de hoje (domingo, 23), o alvo reagiu à abordagem da PF que se preparava para entrar na residência. Dois policiais foram atingidos por estilhaços, mas passam bem. A diligência está em andamento”, informou em nota a PF do Rio.

Em vídeos compartilhados nas redes sociais, a filha de Jefferson e também ex-deputada, Cristiane Brasil, afirmou que o pai estava enfrentando os policiais à bala, e classificou a Polícia Federal como “a gestapo do Xandão”, em referência ao presidente do TSE, o ministro Alexandre de Moraes, e a polícia da Alemanha nazista. O caso acontece um dia depois do ex-deputado atacar com xingamentos a ministra do STF, Cármen Lúcia.

“Meu pai hoje está enfrentando hoje, domingo, meio-dia, a gestapo do Xandão, sozinho, a balas, pois não vai se entregar ao totalitarismo, à ditadura, do Judiciário sobre a democracia”, disse Cristiane.

“Isso é só o estopim do que vai acontecer daqui para frente caso aconteça alguma coisa com meu pai. O que eu tenho para dizer para vocês é que ele não vai se entregar. Meu pai não vai se entrega. Acabou. A masmorra para ele acabou. Ninguém vai calar a voz de um inocente”, acrescentou Cristiane.

Um vídeo compartilhado nas redes sociais por parlamentares de direita mostra o que parece ser um circuito interno de segurança da casa de Roberto Jefferson. Uma voz, que se assemelha a do ex-deputado, começa a dizer que não vai se entregar. “Chega, me cansei de ser vítima de arbítrio, de abuso. Infelizmente. Eu vou enfrentá-los”, disse.

Em outro vídeo, aparentemente no mesmo local, a narração diz: “Eu vou mostrar a vocês que o pau cantou. Eles atiraram em mim, eu atirei neles, ó”.

No local onde, no começo do vídeo, se viam os agentes e uma viatura da PF, apenas a viatura permanecia no local, com o que parecia ser um rastro de sangue. “Já é a quarta vez que esses caras voltam aqui. Chega, o pau cantou”.


Ofensas a Cármen Lúcia

O caso envolvendo a Polícia Federal acontece um dia após Roberto Jefferson ser repudiado por integrantes da classe política e jurídica por atacar com xingamentos a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia. O ex-deputado chamou a ministra de "prostituta arrombada" em vídeo divulgado na internet.

"Fui rever o voto da Bruxa de Blair", da Cármen Lúcifer, na censura prévia à Jovem Pan. Olhei de novo, não dá pra acreditar. Lembra mesmo aquelas prostitutas, aquelas vagabundas arrombadas", disse Jefferson, que hoje se encontra em prisão domiciliar e é investigado por atuação em milícia digital contra a democracia. 

Não se sabe se a ida dos agentes da PF à casa do ex-deputado tem relação com as ofensas proferidas no sábado.



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