Bolsonaro é o primeiro presidente no país a ir para o 2º turno com votação inferior à do adversário

Em 1998 Fernando Henrique Cardoso (PSDB) concorreu à reeleição para presidente e venceu no 1º turno com 53,1% dos votos válidos. Antes daquele ano não era permitido que presidentes, governadores e prefeitos continuassem no poder por mais um mandato consecutivo. A mudança veio em 1997 por meio de emenda constitucional aprovada no Congresso que tornou possível a reeleição para esses cargos.

Depois de 1998 Luís Inácio Lula da Silva (PT) venceu a eleição para presidente em 2002 no 2º turno e concorreu à reeleição em 2006, tendo vencido o pleito naquele ano também no 2º turno. 

No 1º turno da Eleição Presidencial de 2006 Lula alcançou mais votos que o segundo colocado, Geraldo Alckimn (PSDB). Lula obteve 46.662.365 de votos, ou 48,61% do eleitorado, enquanto Alckmin ficou com 39.968.369, o que correspondia a 41,64% dos eleitores. Lula acabou vencendo no 2º turno com 60,83% de votos. Foram 58.295.042 de votos, tendo conquistado quase 12 milhões a mais que no 1º turno, enquanto Alckmin perdeu quase dois milhões e meio de votos no 2º turno, terminando a corrida eleitoral com 37.543.178 de votos.

 

Depois de ter vencido as eleições presidenciais em 2010, Dilma Rousseff (PT) concorreu à reeleição em 2014. No primeiro turno a presidente ficou na primeira posição com 41,59% dos votos válidos; já Aécio Neves (PSDB) atingiu 33,55%. No segundo turno. Dilma Rousseff foi reeleita para o cargo após contabilizar mais de 54 milhões de votos, correspondendo a 51,64% dos votos válidos. Segundo colocado, Aécio acumulou 51 milhões, 48,36% dos votos válidos.      

Depois de vencer a eleição para presidente em 2018, agora em 2022 é a vez de Jair Bolsonaro disputar a reeleição. Ao contrário de Lula em 2006 e de Dilma Rousseff em 2014, o atual presidente ficou na segunda posição no primeiro turno das eleições realizado neste domingo 02 de outubro. Até o momento com 99% das urnas apuradas, alcançou 51 milhões de votos, 43,2% dos votos válidos, 5% a menos que o primeiro colocado, Lula, que atingiu 48,4%, ou 57 milhões de votos. É o placar mais apertado para 1% turno desde as eleições presidenciais de 1989.

Daqui a algumas semanas, em 30 de outubro, Bolsonaro terá a difícil missão de vencer Lula, que no 1º turno obteve uma vantagem de 6 milhões de votos a mais que seu adversário, ou 5,2%. 

Após o resultado das urnas deste domingo, Bolsonaro afirmou ver um sentimento de mudança no país, mas que "mudanças podem vir pra pior". Já Lula, em discurso a apoiadores após o resultado das eleições, mostrou confiança na vitória; disse que nunca venceu uma eleição presidencial no primeiro turno e que agora é só "uma prorrogação".