“Imita bem o que acontece na doença. Quando isso ocorre, a gente está na frente de um bom modelo experimental”, disse uma das líderes da pesquisa, nesta segunda-feira (10), em entrevista à Agência Brasil, a neurocientista Claudia Figueiredo, da Faculdade de Farmácia da UFRJ. O artigo foi publicado no periódico internacional Cell Report.
Pesquisas clínicas realizadas com pacientes acometidos pela covid-19 mostraram que, passada a fase aguda da doença, eles apresentaram comprometimento da memória, o que só fica evidenciado alguns meses depois. De acordo com Claudia Figueiredo, o experimento mostrou que não era necessário ter o vírus replicado nos camundongos, mas bastava a proteína estar disponível no cérebro para causar prejuízo na memória.
“A gente avançou na caracterização do mecanismo. E isso é superimportante porque, quando a gente descobre o mecanismo, abre portas para fazer terapias mais direcionadas”. Para a avaliação da função de memória dos camundongos, os pesquisadores usaram diferentes estratégias comportamentais, incluindo testes de reconhecimento de padrões e do labirinto aquático.
Bloqueio
Os 25 pesquisadores das duas instituições identificaram, simultaneamente, moléculas que, quando estão inibidas, não há o prejuízo de memória. Para bloquear as moléculas que causavam as perdas de memória, foram usados animais geneticamente modificados que tinham deleção, ou remoção, de uma proteína.
“Nós vimos que animais que tinham uma deleção nessa via não desenvolviam o prejuízo de memória. Foi usado então um inibidor dessa via e viu-se que, quando se inibe a via, a proteína Spike não exerce essa patogênese sobre a memória, através dessa proteína. Essa descoberta pode ser um caminho para a prevenção desse prejuízo de memória”, observou a neurocientista.
Ela informou ainda que já existem medicamentos no mercado, usados para tratar artrite reumatoide, que poderiam ser testados em pacientes com covid-19 ou que já tiveram a doença, como possibilidade de prevenção da perda de memória. “Pode ser uma situação de reposicionar fármaco”, apontou. Ela advertiu, porém, que para que esses medicamentos sejam usados em seres humanos, é necessária a realização de ensaios clínicos nos pacientes.
O estudo foi financiado pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj) e pelo Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino.
Com informações da Agência Brasil
E aqui volto a encontrar o radialista Sandro Moraes. De imediato percebo a falta do ideólogo de extrema direita dos tempos da São Luís rádio AM .. espero que esteja realmente assim.
ResponderExcluir